terça-feira, 31 de outubro de 2006

entranhamento

há o que se entende, há o que se aceita, há o que se sente.

catalogação

Daquele amor antigo virei assintente: restou uma referência bibliográfica.

about me: sincronic/alter-idade

"Vivo estando, se deus permitir, passo nos mortos pra te dar um abraço de vida."
Ariovaldo Del Valle: in Bloganvile

Coincidências significativas me são caras. Já andei ruminando por exemplo, o valor pra mim, pelo tempo, dos encontros inesperados: verdadeiros encontros. E sempre que a vida aperta eis que surge alguém pra me socorrer, de onde menos espero. Tenho assim colecionado boas histórias de amor e aprendido a brindar ao fracasso. Gosto de estar só e de me saber junto, adoro queijo e detesto goiabada. Sei me reinventar e é sobretudo no outro que eu me reconheço e me acho em mim, múltiplo e uno, paradoxo.

mimo


no sítio da Dri o céu é mais azul...

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

alerta geral





[Leonardo Wen/Folha Imagem]

Soubemos dizer “Não à direita”, saibamos dizer “FHC nunca mais”, saibamos construir a “prioridade do social”, saibamos derrotar a direita em todos os planos, saibamos construir um Brasil justo, solidário, democrático e humanista. Para voltarmos a comemorar daqui a quatro anos, sem travos amargos, sem desconfiança, com o coração e a mente orgulhosos do país que soubemos construir.
Emir Sader

felicidade

A felicidade é um bom naco de queijo gouda maturado.

voto tático

"Arquiteto sem perspectiva procura ponto de fuga", citando o professor Flávio Motta

Artigo de Francisco de Oliveira

domingo, 29 de outubro de 2006

hipocrisia

Há quem fique feliz, apesar da derrota, por ter se esforçado o quanto pôde.

dúvida

Eu continuo a não acreditar em quem usa a camiseta pra dentro da calça...

eleição

Domingo sem festa cívica, que triste! Há quatro anos eu me lembro chorando (de alegria) ao lado da família, em pleno Vale do Aço, onde Lula teve a maior votação proporcional do país.
Agora só nos resta cobrar um governo popular, de fato.

sábado, 28 de outubro de 2006

truque

Não quero ser classificado. Quero estar no limbo do que não se sabe ao certo o que é: eis a condição contemporânea.

comunique-se

ou viva na clandestinidade: não pague imposto nesta cidade ilegal.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

baralho

Para Eudóxia a vida é mesmo assim, de ás a rei: copas, paus, ouros e espadas. Mas a coisa só fica completa mesmo tendo desejo e desígnio como coringas.

desassosego

No olho do furacão avista um futuro que promete.

porvir

A trombada com querência, minha nova musa!

verbo

Vocábulos bonitos quiçá encantem mais que belas fêmeas.
A palavra cantada por uma linda mulher, dessa não há dúvida.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

repente

D improviso
D repente
D nada

T

todos na aparelhagem da rain forest.
cabeças desaparelhadas, lindas.
cuias e jóias e gentes (no igarapé).

ping pong

gêmeas tailandesas que fatiam banana!

navalha na carne

se-ios, pontudos.

arte e tecnologia

Barbie do Inferno!

Terá sido ali, ele cooptado ou eu seduzido?

café floresta

O resto não presta!

Salve Adelino, Seu Zé e Toninho.
Obrigado meninas, pela xícara de cada dia.

limoeiro

Aniversário de um canalha, churrasco na calçada.

Acabo de descobrir no Severino: tucana bebe gatorade enquanto bebemos cerveja (vai com muita sede ao pote, e de véspera). Brindemos ao ex-futuro presidente do Brasil, que só nos resta esquecer! Quatro anos em mais de quatrocentos (eu estou do lado do povo, e aqui sempre estarei).

tabuleiro

Era um simples peão, perdido num jogo de damas.

designer

Ela recortava homenzinhos de papel como ninguém: de suas mãos habilidosas eles saíam em grupo, unidos pelos braços, enchendo toda a sala, querendo marchar para uma volta ao mundo.

paradeiro

vez ou outra perguntavam-lhe dela
e ele sofria sempre na lembrança
daquele cheiro úmido e inebriante

que inundava seu quarto de dormir

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

carimbo

EU NÃO ACREDITO
nem o dj tão zé... campanha:
revolte-se também com o hedonismo juvenil!

lava

aquele miocárdio dança quando as
palavras certas são cozidas em vapor e
despertam agridoces na boca, alheias,
movendo o rugido grave à tona:
o oco, de profundezas...

um em muitos

Down for maintenance... Mas como é que esses americanos descobriram? É la no sertão de Minas, onde pedras brotam e pessoas habitam, depois de Valadares: de onde aliás vieram os donos do boteco paulistano que serve os grãos do boi, em versões à milanesa e alho e óleo, além daquela clássica desejada pela amiga.
Meu primeiro ponto de parada após o espanto premeditado, com direito a amigo confidente, cerveja gelada, churrasco com queijo (refeição também primeira), garçom com caganeira e cliente bem mais louco que todos nós juntos, alcóol exalando em cada poro, em busca de uma universitária que ele julga só dele.

apetite, reloaded

Andava agora tão raivosa, afim de presentear aquela outra com um par de testículos, cozidos e fatiados em lâminas. Ela mesma mandaria castrar o boi, ela mesma prepararia o prato exótico, entregue sem alarde numa choupana do Embu.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

antigas charadas

"quatro pés em cima de quatro pés esperando quatro pés. quatro pés não veio, quatro pés foi embora, quatro pés ficou".
"se vai-e-vem fosse e viesse vai-e-vem ia, mas como vai-e-vem vai e não vem vai-e-vem não vai".

sentidos da infância

de dia capturava cigarras,
à noite molestava vagalumes.

(da série poesia na mídia, 1

22:25/23.out.06 - picolé de chuchu apresentando-se no debate da record)

eu quero agradecer... agradecer... agradecer...
... e às crianças, pela sua alegria!

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

da ilusão

Foi sublime por um dia. Sublimou!

(da série poesia na rua, 6

manhã/22.out.06 - casal de velhinhos de Guaranésia sobre acidente da Gol)

ele: era cento e cinquenta, parece que inda falta um.
ela: deve de se o nenenzim, tão pequeno!
ele: nenenzim num conta. Tá faltano é um ser humano!

com açúcar, com afeto

Gente que importa acha o blog bem bizarro, diz o emeio. A um só tempo estranho e garboso, suponho, e sorrio por dentro. A resposta não sai de jeito algum, censurada pela tarja vermelha, Carregando... Enviando... Pra onde rapaz, qual o quê?

domingo, 22 de outubro de 2006

tatuagem

Desejaria o alçar do vôo da borboleta coccigeana.

passageira

Só pensava agora em ter uma serra elétrica pra aniquilar com aquela plataforma de madeira e desnudar o debaixo da bota de couro. Aí então ele tiraria suavemente a meia fina para levar ao nariz, beijaria aquela sola rosada e roubaria a alma da guria pelo dedão do pé, num só chupão, sem desviar os olhos de seu alvo baixo ventre.
E quando só corpo restasse em seus braços, qual um colecionador de ossos, ele devoraria a carne de cada um dos longilíneos dedos daquelas mãos minuciosamente observadas.

sábado, 21 de outubro de 2006

pastosa

Tinha pouca idade quando foi surpreendido no berço, em casa da avó. Movimento ritmado, pintara grandes nuvens na parede. Tampouco poupou o mosquiteiro, agora salpicado da matéria. Gostou mesmo foi do sabor acre daquela tinta marrom. Comeu um bom bocado de merda.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

chamada ao telefone

a conversa nesse sanatório geral é cada vez mais aguda e um vive respondendo o outro sem nem ainda ter lido a resposta daquele outro que ainda não leu o um e quando vê a prosa cáotica aparece recheada de poesia, tal qual um rocambole panco que pegou o gosto do berço de plástico do novo fornecedor e o melhor de tudo é que reclamando você ganha uma cesta de produtos só pra você e um cartão de natal durante anos.

despedida

Rasgou as páginas do caderno uma a uma e lá de cima as entregou ao sabor do vento.
Umas voaram longe, atravessando o vale a perder de vista...
Outras cambalearam, úmidas de água e sal.

música incidental: "papagaio discute com jandaia/ se o homem foi feito pra voar..."

de volta

sem o peso das pedras na mochila.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

]da gaveta de guardados 6 (200?)

O HOMEM PARTIDO AO MEIO

Vinha extenuado, tinha fumado um baseado com os colegas do novo trampo e a larica batia forte. Parou no boteco de costume: uma coxinha, uma latinha, um cafezinho de coador (que o de máquina era intragável).
No bar os fregueses de sempre, o velho espanhol que vez ou outra aparecia, gente fina, gostava de filosofar com ele: vida interior, solicitações externas, a grana sempre curta. Uns papos cabeças de feng-shui, o caminho do coração, maneiro.
Despediram-se, era tarde, resolver tomar um busão. No ônibus não conseguia evitar o guri ao lado da porta traseira, duvidava agora de sua própria masculinidade; não, o cara tinha cara de mulher, brinco de argola na orelha, era por isso...
A viagem foi rápida, em pouco tempo estava puxando a cordinha, tentava disfarçar o incômodo e o sinal acendia mais laranja do que nunca.
Ansioso saltou do ônibus ainda em movimento e partiu-se na quina do poste azul do ponto, tingindo a noite de vermelho.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

padroeira

...Aparecida, cantada pelo pinguço florista...

refuge

"com tantas opções de lazer, você não vai ver o tempo passar":
spa com ofurô e saunas/ piscina com deck molhado e solarium/ fitness center/ business center/ lounge com bar e estar externo/ central de delivery/ pista de skate/ ice pool/ praça zen/ service facilities/ gourmet dancing com isolamento acústico/ streetball/ spiriball/ lan house/ lounge com snack bar/ relax day spa/ gazebo gourmet/ espaço gourmet/ espaço zen/ my party/ garage band/ lounge com lareira/ piscina de biriball/ porte cochère/ rock center/ child care/ petcare/ beauty care/ car wash/ varanda gourmet/ pet place/ putting green/ home theater/ office space/ cultural pack/ bricolage area/ body center/ hall social/ lobby decorado/ playground.
apartamentos one floor e double floor, cobertura top house.
fuck you! (em seu quarto, deitado num colchão honey moon com pillow top)...

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

(da série poesia na rua, 5

20:00/11.out.06 - capiau no limoeiro sobre o amigo comum pra isa)

não porque a caixa metálica dele
é apaixonada
não, cefálica
em torno de um ano...

... que eu morava...

bom boteco

"meu limão, meu limoeiro"...
(coro bêbado de cegos em caravana)
garção, mais uma!
e troca os copos pra gente?

cão amestrado em conflito

há tensão,
atenção!
(na de acabar falta pouco)
da próxima semana não passa...
currículo late: auuuuu!
mordido por cobra, com medo de lingüiça.

a pedido

agora um lindo pássaro gorjeia aqui no sítio...

terça-feira, 10 de outubro de 2006

(da série poesia na rua, 4

20:20/10.out.06 - webdesigner com cliente cafetina na internet Copan)

é legal colocar a naturalidade: tipo assim é gaúcha!

acompanhante

acabo de ver uma cachorra abraçando uma cadela.

em toda parte

será que os jacarés irão comer os bois?

a velha mogiana

Mococa, Arceburgo, Guaranésia, Guaxupé... Era a velha Mogiana que no caminho contrário nos trazia até a Luz. Dormentes recolhidos, pouco ou nada restou, nem a estação do comendador meu parente, nem o velho apito do trem que ladeava Bloganvile. E agora daqui pra lá só resta ao pobre como eu o inqualificável serviço da empresa de ônibus, com monopólio do trajeto. E pros ricos pagar uns sessenta mangos de pedágio pros tucanos. Sim, a estrada é muito boa, trata-se de uma questão de alternativa de rota pra algum fusca a gás desavisado...

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

xipófagos

Sim, compartilho da opinião de Francisco de Oliveira a respeito dos atuais PT e PSDB, irmãos siameses. Não me furto porém, dadas as circunstâncias, a realizar uma intervenção cirúrgica de alto risco: oPTei por salvar aquele que me parece com alguma possibilidade de sobrevida depois de uma boa incubadora, a suposta banda menos podre da maça. Pagarei quiçá, caro por isso.

apetite 2

No fundo no fundo minha amiga desejaria era uma comida árabe: pepino na coalhada de entrada e depois um quibe bem quentinho, entregues em domicílio.

apetite

Enquanto se esbaldava numa arraia empanada com camarão, ele promovia um peeling profundo no seu frango a milanesa. Ela pensando: também não deve gostar de ostra... Não posso confiar em homem que não goste de coisas moles e salgadas!

segundo turno, 13 confirma

O que está em jogo no segundo turno então é se teremos um país menos injusto ou mais injusto, se teremos um país mais soberano ou mais subordinado, se teremos um país mais democrático ou menos democrático, se teremos um país ou se nos tornaremos definitivamente em um mercado especulativo e nos consolidaremos como um país conservador dirigido pelas elites oligárquicas (como um mistura de Daslu mais Opus Dei). Se seremos um país, uma sociedade, uma nação – democrático e soberanos - ou se seremos reduzidos a uma bolsa de valores, a um shopping center cercado de miséria por todos os lados.
Tudo isto está em jogo no segundo turno. Diante disso ninguém pode ser neutro, ninguém pode ser eqüidistante, ninguém pode ser indiferente.
[Emir Sader]

http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=55#comment-anchor

dilema de Jacó

se tudo se reduz à unidade...
então tudo é uma questão de escala!

(e quanto maior a escada, maior o tombo)

domingo, 8 de outubro de 2006

bóia

há quem alimente jacarés no quintal de casa

]da gaveta de guardados 5 (200?)

LADRIDOS E LADRILHOS

Foi longo o período de gestação do escrito seguinte. Hoje o tempo urge para que a memória não se apague. O ensaio era quase diário, no fundo sabia que só a morte traria-me ao papel. Não a morte da casa e sim a do velho cão, única quase-vida ali presente.
Raramente ouvia-se um ladrido rouco, desanimado, raramente caminhava; desconfiava-o cego, de faro apurado mesmo que gasto (um dia olhava com o focinho para uma dupla curiosa nos balaústres).
De seu posto de comando (o velho alpendre) sentiu a demolição de meio quarteirão à sua frente, feita na surdina, pelas entranhas, e na janela do outro lado da rua não via o céu que aparecia bonito pelo vão e o equilibrista operário de marreta na mão.
Cheirava mal, cheiro de cachorro molhado, e era já velho, meio desdentado. Despertava compaixão que vez ou outra aparecia em forma oriental, meio rabugenta: uma japonesa vinda de não sei onde (pois que a casa achava desabitada, sem ter a certeza disso).
Hoje ia passando desatencioso pelo local se não fosse um casal cuja menina de olhar melindrado reclamava: era ali que ele ficava... Não havia mais papelão ou madeira, não havia mais o cão. Os gastos ladridos dando lugar aos novos ladrilhos... Sim porque o piso em quadriculado alvi-rubro brilhava contrastando com as velhas paredes desbotadas do alpendre.
Aturdido continuei a caminho da padaria, celular tocou, conversa de amigo, o suco e o café de sempre e na volta ia passando desatencioso quando uma bela morena atravessava a rua e meu olhar voltou-se para a esquina já dobrada. Não vi mais a mulher, só enxergava agora o alpendre primaveril, brilhando.

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

da vida russa, montanhas

.....ALTOS........ALTOS.......ALTOS.....ALTOS.......ALTOS
...e.....e..........e.......e.......e.......e.......e.......e.........e.......e.........e...
...........baixos....... baixos......... baixos...... baixos............baixos

arcano 16

reconhece a queda e não desanima
levanta, sacode a poeira
e dá a volta por cima
[paulo vanzolini, na voz de noite ilustrada]

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

a caminho de Tróia

As casas de suco por aqui não são como as de lá, mas ao menos não fecham! Hoje mesmo tomei seguidinho, com o intervalo de duas livrarias, um abacaxi com hortelã na Banana Split e um morango com leite, leite condensado e aveia no Café Galicia.
Tristeza profunda: Triângulo (mantida sem reposição do estoque em metade do antigo espaço pelos funcionários); Duas Cidades (o Márcio disse que venderam tuda a dez real naquele sábado próximo e bem passado); Quinta Avenida (aluga-se, com faixa e sem despedida); e hoje o novo susto, queima de quase tudo na Belas Artes (10, 20, 30, 50%, dia fatal dia quinze). Clarice Lispector, Sthefen Jay Gould, Carl Gustav Jung - tão pouco no bolso, além do cartão é claro...
E eu ainda falara no almoço da Argumento e da Travessa em contraposição à Cultura e a da Vila.
"O Rio de Janeiro continua lindo, o Rio de Janeiro continua sendo"...

(da série poesia na rua, 3

manhã/05.out.06 - sobrinhos da rua 25 de março, por Adriane Bertini)

num compra que é difícil...
ai ai titia!

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

da ironia, ou sobre o poeta

ser arquiteto como a criança que derruba seu reino de um só golpe

ai ai titia!

No café da tarde, enquanto comentava de minha admiração por Tati Quebra-barraco, lembrei-me do Xotaxé, grupo por mim fundado na virada do milênio junto com o gato Félix. Tinha Jacaré japonês, uma loira e uma morena. Nosso maior sucesso era o "Melô da fome", a razão deu ser um mano, arrasando o ser humano, arrastando...
Agora é a hora e a vez de Horácio e seus bambas fedorentos, com som crossover suingado de influências pop-anarquistas inspirado em brincadeiras de infância. A gente mete a colher de pau, que não sai o t-fal! Ritmo marcado por sons urbanos de apitos narrados por cearenses que eu mesmo ainda não ouvi mas encomendei para dois de meus parceiros musicais, amanhã na 25.
Breve em formato poema, da série Poesia na rua, puro "transponder"...

terça-feira, 3 de outubro de 2006

que poeira leve

Antes de tudo acabar ou no meio daquilo que eu não sabia bem o que era eu procurava um livro de Caio Fernando Abreu. Já pensava no passado, naquele amor urbano de antes, no empréstimo do Ovelhas Negras herdado de um terceiro amor, que fora só dela, daquela minha namorada. Um conhecido lançava um livro naquele dia. Pouco antes dela bater no vidro da loja houve um encontro inesperado com aquele colega de trabalho, testemunha de nossa história. Tristeza e a melancolia: já não havia mais razão para a dúvida. Foi nosso último passeio pela cidade e eu nunca imaginara que uma sessão de cinema pudesse ser tão constrangedora ao lado da mulher amada.
Mais tarde, num blog, é que encontrei este depoimento daquele autor:
“gosto de pessoas doces, gosto de situações claras - e por tudo isso ando cada vez mais só”.

(para conocermos mejor) Colômbia, 2

RECREO
Rafael del Castillo Matamoros
El olor de los libros de los niños
de los libros que se guardan en um pupitre
entre cáscaras de naranja y lápices quebrados
ha vuelo a mí
y ha revoloteado sobre mi mesa de trabajo
como um avión de papel que planease en el aula
en la infancia
como una travesura...

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

plano feminino de terapia heterodoxa

olhar bem de frente, cuspir certeiro, esperar a bofetada, sentir-se viva

efêmero, relativo





"Ter a esperança de deixar uma lembrança no coração de uma mulher é desejar imprimir a marca de um carimbo numa água corrente".
Anatole France, desenho de Adriane Bertini