perscrutar

perrengue, peremptório, per se.

meu cu, teu poema

somados índice e página,  99
um nove depois do outro
sem risco de bingo:
posso ler meia-nove

a língua

curva ótica

papo reto: acabou em concreto.

sopro

farto delirismo decompondo
oito
quatro à esquerda, quatro à direita
484
tombado infinitivo

desencontro

rastros

cheiro, café

(chuva forte)

areia, gravura

pegadas

motivo

Algo mudou, soube imediatamente. Não fui eu, desimporta?

ponto de encontro

ontem, hoje, logo mais década, silêncio secular.

como uma vaca

tudo pasta, tudo sempre pastará.

virtual

naquela visita precipitaram-se janelas.

retrato, 2

em meio a tantos sorrisos procurava sua tristeza.

pasto não é puleiro

ciscando vaca, não chegas a galinha.

razão de 32

ser conciso:
ter juízo

lingüiça

contexto: certo é que pobreza rima com preguiça.

A33

a fome é inimiga da refeição.

lacuna

com esta mania de tempo passado descobriu que o tempo passou.

embaixada

ser cônsul não é nenhuma brastemp: pode te colocar numa fria.

monstro

como se não bastasse o teu sorriso.

dicionário 3

atente, antes de contente.

A32

indigesto é gesto indie.

A31

cada balança uma tara.

primeiro passo

parar de mentir: o que inclui desacreditar da mentira.

à mesa

se em tua pergunta já tens a resposta: rês posta.

paletó

teu temperamento, o tempo...
... é terno passado a ferro.

pó

no limite, poesia é rinite.

A30

ideia sem acento não serve pra nada.

trote

em ovos sobre teus saltos ocos

felicidade, número?

uma borboleta amarela

A29

Agarra ou nunca.

envergonhada

Ajoelhada na areia, para deleite marcada, de si, vergada, sorri.

passageira, 2

Entre outras urgências, esgotaram-lhe os adjetivos.

nova postagem

qualquer sinal de que ainda vivo :)
mas é só silêncio, perigo, próximo.

experiência

ser pente: só pra atrair uns papeizinhos.

A28

Ávida como ela é!

passado

está difícil aqui: talvez eu quisesse você do meu lado.

PH

mico ou ganso?
rico ou manso?

havaianas, havaianas!

acesso livre

tem troco pra dois?

tapa-buraco

tua fome minha gula
teu peito meu aberto
tua tez minha pica
teu cheiro meu só

os pés pelas mãos

sua outra fotografia deve estar guardada em algum lugar por aqui...

sola dobra sobre o preto

não cabiam ali,  naquele par aprisionados:
despontavam sinalizados em vermelho
fugindo de tiras do verde complementar.

desfilavam agora a pouco,
agora, há pouco!

incompatibilidade de gênios

verdade é que na tua tristeza não cabe minha alegria.

peixeira

no aquário da repartição apertei o botão da garoupa.

viral

aviso de publicidade: cuidado com sua privada!

ato fato

falo: a fala falha.

grão-maia

pare de chiar: caia na chia!
farinha pro seu bolo intestinal...

parafilia

contra todos, contraluz, contra nada.

inversão

do pé pra cima 

silêncio

de estrelas no peito

tatuagem

andante

sorrateira, calça sapatos novos
como se quisesse dizer:
um novo caminho!

(eu não olho pra baixo)
mesmo que olhe.

náusea

esta sensação
de sentimento
ressentimento

aquilo que Luiz Fernando Vianna não leu

Fôssemos infinitos

Tudo mudaria

Como somos finitos

Muito permanence

Bertolt Brecht

Não poderia haver casa melhor do que esta fábrica de Lina Bo Bardi para abrigar o lançamento do disco SM, XLS. Será preciso evocar o arquiteto pra dizer da postura de Juliana Amaral frente à tradição do samba, reverência liberada de amarras, presente histórico: samba mínimo...

Extra luxo super. Este espetáculo busca uma combinação harmoniosa entre canções, luzes, figurinos e cenários, eurritmia: inclusão do tempo no espaço, teat(r)o. Música, em essência, é ressonância interior de quem ouve. Tua presença aqui é para nós motivo de muita alegria, vamos juntos!

[programa da estréia do espetáculo SM, XLS no SESC Pompeia, que a instituição não distribuiu]

provocado por esta postagem:
http://douglas-germano.blogspot.com.br/2012/09/passo-torto-curupira-e-pautas-sem.html

periquita

na hora da partida
o choro
(reservado para o papagaio)

álcool gel

a transparência da blusa... os joelhos vergados...
que nada: o modo como cutuca cutículas!

comossomos

denunciam-lhe os pelos na orelha

mazela

cão malhado maldito, quando atraca o pirulito
enrosca na cadela, assa a rosca tosca dela.

rabo em pé

sorrateira rastreia a rasteira da sereia

cobre

em um rublo
descubro dez

centralizadora

da esquerda rói unha
com a direita empunha

digital

anfíbia você, é isso! e linda.

fraca sou

APP low

Rio d'Ouro

Cheirado em Xerém tentou pegar o trem: acabou de mala na mata!

janela

antenas-vaga-lumes

metrópole

a gaja tem assento capixaba.

axilíngua

sovaco pra ele é como buceta: pelado ou peludo, chupa!

lisa

sério: suas mãos me tiram do sério...

raia

à margem, impassível, ela adormecia ao sol.

rinite

ora, não faça troça: meu nariz coça!

metamarca

Já não sabe mais a diferença entre automática e geração espontânea...

comemoração

Primeiro de maio não é primeiro de abril: trabalho noite e dia!

cola

Catarses só com a autorização prévia da direção.

da arte de esbofetear

Felicidade é quando de véspera a ansiedade não nos toma. Ela é formada de pequenos gestos quando a gente não espera. De maneira que a surpresa anda de braços dados com a felicidade. A cidade é o lugar do encontro. Quando a gente encontra na rua um amigo contraventor, fica feliz num abraço. Às vezes, quando toca o telefone, a felicidade é uma só, esteja o outro longe ou perto. Nesse caso, quer-se bem ao próximo, ou ao distante; e se é querido. É feliz quando a gente escolhe um presente para uma criança adorável, ou quando ela procura no rosto adulto um canto sem barba para o beijo matinal. Hoje, em especial, o dia amanheceu na promessa de que o sofrimento, ora em diante, será apenas lembrado entre quatro paredes, como um alerta.

mag-

olhos miúdos
ouço o barulho dos teus pés imensos
imersos  n'água
(riacho cristalino)

tuas mãos fortes tremem
embebidas
parecem querer agarrar o mundo
(garras de ganas de nadas)

seixo rolado

arremedo de navio

por assim dizer me rendo
você
com seu pijama de renda

arremesso no mar

classificados

O inclassificável não deixa de ser uma categoria, a mais importante.

laboral

aos montes, só merdas!

sexagenária

olhos filhas anilho napa lycra lacre ouro couro pele

roubo arroubos feromônios

roucas beijocas ocas glande beijo grande

alvos

vou até o fim,
com seus pés cuidados
de unhas carmim.

temperamento

flavor, faz favor!

cervo do senhor

batina do avesso: foi currado ali mesmo, na pia batismal.

calor camaleão

frito: calango feito pedra.