sexta-feira, 27 de março de 2015

infinito particular

desde a última data festiva tanta coisa entre nós...
que chegou, aconchegou-se, está aqui conosco.

dou graças, que apesar das mortes os nascimentos não cessam.
que a gente tem um ao outro e ainda mais...

que a gente gosta junto, comunga, compartilha...
que em breve chega o avesso dobrado da idade do presente.

(só desta vez)

que de três pra oito duas luas...
que de mês pra ano não há pressa...

e que mesmo à míngua, o amor é novo!

sábado, 21 de março de 2015

o quanto a solidão precisa pra morrer

macrocosmo: equinócio, eclipse, perigeu
microcosmo: velas no barro, minhas estrelas a brilhar
nosso retrato em 3x8: nova, quarto crescente
a próxima lua, nem mais um pio; brindemos!

sexta-feira, 20 de março de 2015

oração subordinada

nem nunca me bastou saber, preciso sentir, sistema meu!
fato, em ti, é que preciso mais de oxum do que de oxóssi.
és livre e encontro beleza aí, quase emudeço,
mas a indiferenciação da eterna caça confunde-me sobremaneira:
me faz parecer ridículo, desnecessário sujeito dentre tantos objetos.
do lado de cá sensação e intuição por vezes se confundem, eu sempre introvertido.
e isso choca com tua generosa extroversão, libido a fluir de dentro pra fora...
pensamento, sentimento?

o que peço, amor meu, é que olhes de soslaio de fora pra dentro, partilha nossa.
que baixes a guarda,
que confies,
que te sujeites
que estejas presente como já é!
(e sobretudo que não peças perdão).

sístole e diástole…
amar, verbo transitivo direto.

quarta-feira, 11 de março de 2015

segunda-feira, 2 de março de 2015

areia e pedras

enquanto espelham a imensidão do céu
teus olhos em vai e vem acariciam o particular
de todo e qualquer infinito natural

nesse momento imensas borboletas azuis
minúsculas frutinhas vermelhas
as águas marrons abundantes de chuva

nesse momento o tempo estanca, a fome espera
tuas pálpebras dobradas em lírios brancos
verdes se matizam, mormaço, veredas

mamãe te leva mais um brinco
passado, presente, cristalino, dourado
amarelo, teu nó na guia dela, ora yê, yê ô!

redescobres as plantas, o para que servem, beleza
qual criança, sorri de corpo inteiro
(nós três ridicularizando o futuro)