sábado, 2 de dezembro de 2006

quando se está perto

as noites azulam enluaradas na janela para o mar
os dias amarelecem como golfinhos brincando nas águas
um cheiro esverdece maduro sob a unha rente do indicador
esta massa cinzenta rosifica-se no hipotálamo de lírios
distância de quem descoloriu o mundo fica maior

Um comentário:

Anônimo disse...

e o coração vermelho, ainda que mais velho porque mais triste, reencontra devagar o menino iluminado diante do mistério das placas dos caminhões que reordenaram o mundo, e num movimento que parte de dentro do umbigo e afrouxa o resto, esse mesmo coração agora ensolarado (como a manhã universal) vai colocando de volta as flores miúdas docemente em suas certas prateleiras; aprende mesmo que dolorido, o amar variado e diverso, cada qual com seu tamanho e lugar. Assim, no diminutivo, predestina-se.