sexta-feira, 17 de novembro de 2006

febre

Madruguei mandruvá ainda entrevado na lápide orvalhada de mármore azul rajado.
Penetrei entre frestras do muro lindeiro, ao ruído intermitente dos primeiros carros.
Outro acordado, vi seu parangolé todo de sacos pretos, ele mesmo o lixo na calçada.
A barba rala, o peito ralado no entreveio úmido da aurora. Eu fui ligeiro, não me viu.
Ele permaneceu dentro, de si e de mim, reverberando como aquela frase recolhida ali.
Sem consolação, rasgada por ela do muro como lagarta, no sereno de há pouco, noite.
Ela eu ele nós, irtemitência de nem sei que tipo, luminescente como a dos vagalumes.

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