segunda-feira, 13 de novembro de 2006

bicho-de-pé

Atravessavam a faixa de pedestres na hora do almoço. Eu sozinho, sem apetite, comera em praça de alimentação ruidosa. Um bife bourguignon do quilo, na lembrança distante de um picadinho à cocó servido a la carte. Voltava agora pro trabalho, reunião com o diretor, que sempre atrasa.
Ambos vinham descalços sobre o asfalto quente. Eu andava cabisbaixo quando deparei-me com as pontas sujas daqueles dedos encobertos por túnicas ao rés do chão. Ele trazia aquele corte de cabelo ridículo, ela a cabeça coberta pelo mesmo tecido grosso de lã marrom.
Pensei comigo que aqueles pés deviam ser parte do voto: o santo lá é o protetor dos animais.

Um comentário:

Anônimo disse...

reumatismo nos pés e remórcio na mente