segunda-feira, 25 de setembro de 2006

a porta que bate, o homem que assovia

Enquanto pensava na sorte do dia, lembrei-me dos sórdidos aposentos de um médico do interior, diretor de um hospital, desses que fazem questão de ser chamados de doutor. Na instituição, para chegar até a sua private room era necessário passar por algumas secretárias desconfiadas e alguns corredores. Uma vez lá, mesa de reunião ao centro, o distraído, mesmo que atento, não sabia mais o caminho de volta. E da sala octogonal ou sextavada (já se vão tantos anos) portas em cada uma das direções: a de entrada, outra da provável saída exclusiva, outras tantas acessando outras private rooms, já nem tão públicas. Uma mini-academia vislumbrada pelo vão de porta entreaberta, o espelho no teto imaginado em outra sala qualquer.
Isso tudo pra dizer que hoje ouvi uma porta bater no labirinto em que me encontro e saí assoviando, sem saber bem de qual delas se tratava.

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