O que Neide, desabrigada, não entendia, era distância de tempo, ou melhor: espaço-temporal, abrigo enquanto enchente não baixasse. Tinha saudade da casa, da roça que não mais existia. Na pressa salvara os bonequinhos de louça, alguns retratos e a carta. Dormia ali abraçada com o caixote daquelas lembranças. Arrependia-se de não ter posto ovo no moirão. Já não clareava, já nem era santa.
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