segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

(in)condicional

A situação tinha lá sua graça: esconder o que ele já sabia por pura insegurança, ou falso carinho. Além disso, ela tinha um inimigo mal informado, preocupado em comentar; ele não. Observava de longe, sem querer mesmo ver a ruína dela. O que não entendia era aquela vontade dele de que fosse feliz, mesmo no silêncio: para isso era necessário uma entrega que ela não aprendera. Senão, aquele novo calendário não durava um mês. Sentia sua ausência, a do outro; aquela festa devia também comemorar a novidade. Mas não havia mais o que descobrir, a não ser ela própria muito velha. Seu olhar difuso reclamava por algo que já não lhe pertencia nem nunca. Queria fugir em breve pro onde ninguém, talvez morrer.

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